sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O futuro

Tenho sede de conhecimento,
De ser mais alto,
E, aqui neste meu aposento,
O de saber, o de perceber,
Leio, e por cada linha dou um salto,
Passo de besta a bestial,
E o mesmo torno a fazer,
Vezes sem fim,
Porque quero conseguir ser
Inteligente, e assim
Deleito-me com cada expressão,
Por cada uma vejo mais saber em mim,
E no meu curto vocábulo
Encontro sempre uma nova palavra,
Novos sentidos para cada qual...
Eu sou como um campo em bruto,
Em que se lavra,
Deixa a semente e,
Tenho sorte, cada semente
Deixada neste terreno
Nasce, e penso somente,
Que parte falta ainda cultivar?
Que parte tenho eu de melhorar?
Descubro, por cada vez que melhoro
Que há muito a semear,
E eu, com calma aguardo,
Tenho tempo, sou jovem
Sei que nunca saberei tudo,
Ninguém sabe, no entanto
O que me dizem eu guardo.
Posso vir a ser sábio
Mas nunca serei um cabeçudo
Como esses que há hoje
Que não sabem nada
Mas pensam que sabem de tudo,
Que abominável comportamento,
Ser incultivável (talvez a semente
Seja levada pelo vento)
E, no entanto ter-se em
Tão grande altura que
Chega a ser absurdo.

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